sexta-feira, 11 de março de 2011

HAMLET, SOMOS NÓS!

To be or not to be, that's the question  -  (Ser ou não ser, eis a questão).

Citada pelo príncipe Hamlet, na peça-drama do mesmo nome, é uma das mais famosas frases da literatura mundial e muito apreciada pelos filósofos. 

Em Hamlet, William  Shakespeare mostra um ser ambíguo, em conflito, cuja existência tornara-se insuportável desde que o espírito de seu pai  apareceu-lhe numa noite e lhe contara que o responsável pela sua morte fora o próprio irmão Cláudio. Cláudio usurpa o trono dinamarquês e casa-se com Gertrudes, a rainha viúva e mãe de Hamlet. (Que drama, hein!?)

E Hamlet vai vivendo o terrível dilema de dar ou não seguimento à promessa feita ao espírito paterno de vingá-lo, matando o tio Cláudio. (Como todo drama, o final não agrada a praticamente ninguém).

No Terceiro Ato da peça, Hamlet declama todo seu infortúnio:

Ser ou não ser, eis a questão: será mais nobre
Em nosso espírito sofrer pedras e setas
Com que a Fortuna, enfurecida, nos alveja,
Ou insurgir-nos contra um mar de provações
E em luta pôr-lhes fim? Morrer.. dormir: não mais. (...)

(...) Morrer para dormir... é uma consumação
Que bem merece e desejamos com fervor.
Dormir... Talvez sonhar: eis onde surge o obstáculo:
Pois quando livres do tumulto da existência,
No repouso da morte o sonho que tenhamos
Devem fazer-nos hesitar: eis a suspeita
Que impõe tão longa vida aos nossos infortúnios. (...)


Os dilemas e infortúnios de Hamlet  -  em diferentes graus  -, estão presentes na vida de todos nós. Com sua genialidade, Shakespeare criou um personagem universal: HAMLET MORA DENTRO DE CADA UM DE NÓS! Talvez, por isso, os poetas não se cansem de compor e cantar suas versões do "ser ou não ser".

Aí vão duas versões brasileiras do "ser ou não ser".  A primeira, um poema de Ferreira Gullar, musicado e interpretado por Fagner  -  "Traduzir-se".


A segunda é "Metade", de Oswaldo Montenegro.



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