segunda-feira, 19 de setembro de 2011

OS CÓDIGOS E OS SISTEMAS E SUAS INFLUÊNCIAS NO COTIDIANO DAS PESSOAS


Putzz! Tô ficando pinel!
Os sistemas automatizados tomaram conta da vida de todos nós. Eu disse "DE TODOS”!  Vai ter alguém aí dizendo que está livre disso! 

Mentira!!!  

E não adianta espernear! Eles estão presentes no banco, no INSS, no SUS, nas salas de aula, na condução de um simples veículo, e no raio que o parta!  Onde o meu (e o seu) nome, minha (e sua) identidade, pouco importam.  Eu sou (e você também) um número, uma senha. 

Fomos reduzidos a um cartão magnético e uma senha.  Pode-se até dizer que os cartões estão com os dias contados, considerando-se os avanços dos códigos e senhas por intermédio das impressões digitais, da voz e da visão, como forma de identificação para acessos e autorizações.


- Mas, isso não é de hoje!  - Algum leitor mais crítico deve estar dizendo (ou pensando).  

- Eu sei!  - Respondo - Há uma praga de código ou número  - como queiram  –  que me acompanha desde o nascimento. Quando nasci, meu pai foi ao cartório e ganhei a primeiro código alfa-numérico.   

Um código-senha composto pelo número do  registro, do livro e da folha.  Logo abaixo de um enorme cabeçalho com dados da Comarca e acima de informações detalhadas sobre todos os seres nascidos de mulher!  Até o sexo está lá!  Como se isso tivesse algum valor nos dias de hoje! Nesse aspecto eu continuo muito antiguado. Para mim, "pau" e "xoxota" nascem com funções bem definidas...; e "outra coisa" é pra fazer "outra coisa"! 

Depois desse acontecimento (o registro), todo mundo é obrigado a apresentar essa chave ou senha tipografada num papiro em todos os lugares onde é preciso se fazer conhecido. 

E não demora muito pra gente ganhar um novo código, este chamado  “cadastro de pessoa física” ou simplesmente CPF, para os mais íntimos.  

Aí, no meu caso, a coisa não parou mais... Na Marinha recebi o  “número de identificação de pessoal” (NIP), o número do PASEP, um número interno, que me identificava no Batalhão, na Companhia e no Pelotão.  Até o desgraçado do fuzil que me deram tinha um número e um local, também com número, onde deveria ser guardado.  Eu era o responsável por ele...  Tirava serviço com ele... dormia com ele, tinha de fazer sua limpeza... E o seu número estava associado ao meu.

Hoje os tempos são outros, claro!  Temos a Internet!

A Internet  é extraordinária...  Mas se a gente não tomar cuidado ela toma conta de nossa vida!
Nesse mundo virtual, códigos e senhas estão por toda parte!  

Nos meus hábitos “internéticos” preciso de códigos e senhas para iniciar meus computadores; para acessar e-mails;  para atualizar este de Blog; etc.  

E, quase sempre, quando desejo acessar um site, lá está a exigência de um cadastramento... com o chamado “username” (código)  e a senha, claro.   

Mesmo depois de cumprir esse primeiro ritual ainda sou  convidado a completar meu cadastramento preenchendo um prontuário que mais parece um interrogatório de Inquérito Policial.
Manhêêê! Esqueci a senha!
Do jeito que a coisa vai, fico imaginando alguém criando códigos e senhas para “operação” em vaso sanitário.  Você ta lá, sentado, e na hora “agá”, uma voz de fundo de vaso solicita: “por favor, digite sua senha”! E o que é pior... Vai que naquele momento de aperto você tenha se esquecido da danada!
Para se manter conectado, digite sua senha!

Imagina, na hora de transar, velho...! 

Cara! Senha para transar é demais!  Putzzz! Você ta lá, querendo chegar “nos  finalmente”, quando uma voz interrompe e diz: “digite seu “password” para fazer “login” e continuar “conectado”.   
E pede em inglês só pra complicar!  

Aí você reage: “pô,  velho, eu já tava quase logando!”  

Não tem jeito... Vai ter que parar, lembrar a senha, e voltar a “logar” novamente.  Resta saber se a “ferramenta” de “logar” ainda vai estar pronta para executar o serviço. 

Pior que isso é receber uma das seguintes respostas: 

“sua senha está incorreta!” 
 
“usuário e senha não conferem!”
“seus dispositivos são incompatíveis!”
“esqueceu a senha?”
“reinicie a sessão!”

Coisa de doido, velho!!!

Lembro-me que o Drummond (o Carlos de Andrade) escreveu em um de seus livros que
 
“A palavra é a senha da vida... a palavra é a senha do mundo.” 

Aproveito para corrigir:  

“Isso foi no seu tempo Drummond!” 

"Hoje o sistema é bruto, se você não tiver a senha, SIFU...!!!”

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